Tão impactante quanto ter um time trabalhando em harmonia e engajado na busca da excelência do Cartório é o impacto negativo na sua gestão e no atendimento se você não observar os sinais discretos e silenciosos gerados pelos desafios do trabalho em equipe que impedem o seu time de ser valoroso.
Você pode estar fazendo um tremendo esforço para engajar o time e pode estar trabalhando com todas as ferramentas de gestão, mas se não observar os desafios que estão bloqueando o trabalho em equipe, poderá desperdiçar tempo e dinheiro sem entender o porquê de não estar cumprindo a sua visão.
Pensando neste desgaste e no potencial dos seus profissionais, elencamos aqui os principais bloqueios do trabalho em equipe para te trazer consciência do que pode estar atrapalhando o bom desempenho do seu time. Desejamos que você possa trabalhar para superá-los e conquiste os melhores resultados!
1 – Falta de Confiança
Confiança é a base de tudo. Significa assumir suas fraquezas ou dificuldades perante outras pessoas e reconhecer as falhas e os erros que podem estar acontecendo.
É nossa natureza é fazer justamente o contrário como forma de autodefesa, fingindo que o problema não existe e tentando com todas as forças contorná-lo sem encarar a realidade para manter a imagem do cartório e dos seus líderes. Mas é justamente no caminho inverso que construímos a confiança com a equipe: reconhecendo onde erramos, assumindo a parte de cada um no processo e criando planos de ação para reverter a situação. A verdade sempre é o caminho da cura. Por exemplo: uma avaliação negativa de um cliente. Isso não é bom de analisar. Normalmente a gente já fica bravo e não olha todas a oportunidades de crescimento que vem junto com aquela crítica. Sugestão: Sente-se com a equipe e comece falando de todos os pontos fortes daquele time. Depois, aponte as reclamações que surgiram e convide todo o grupo a pensar na causa raiz do problema. Lembre-se de reforçar que olhar para nossos erros é uma forma definitiva de cura. Ouça o seu time e o que eles têm a dizer. Assumir a vulnerabilidade do grupo cria o ambiente necessário para que os funcionários façam o mesmo e que se crie uma egrégora de confiança mútua na solução dos problemas. Não esqueça de elogiar a equipe de tempos em tempos, quando você perceber as melhorias oriundas destas reuniões terapêuticas.
2 – Medo do Conflito
É instintivo querer fugir do embate, até para não perder o controle. Mas ao se deparar com um conflito lembre-se que na gestão não é necessário ter razão. Não existem vencedor(es) e perdedor(es) se não atingirmos o melhor resultado para a instituição. Há como se construir uma relação em que haja um ganha-ganha ou, pelo menos, que haja concessões das partes para que surja um consenso. Busque sinergias e similaridades ao invés de diferenças que afastem é o caminho para que uma equipe se sinta confortável em expressar opiniões divergentes. Diga mais: vamos resolver. Nós podemos contornar essa situação. Se tivesse como fazer, o que você acha que seria? Sugestão: é importante que a(o) líder reforce que opiniões diferentes são edificantes. Mesmo as que divergem das suas próprias. O conflito deve, portanto, estar no ponto intermediário entre o destrutivo e o construtivo. É claro que isso exige muito do líder. Pede sabedoria e muito tempo para conversas. Mas é só assim, em um ambiente onde há diálogo sem medo de tratar as verdades que se pode criar a harmonia, o engajamento e o comprometimento.
3 – Falta de Compromisso
Quando os membros de um time não são ouvidos ou não se sentem à vontade para expressar suas opiniões, passam a não se comprometer com o que foi combinado. Aqui há um risco grande de o trabalho ser sabotado de forma silenciosa e até mesmo inconsciente. Possivelmente você já saiu de alguma reunião após uma decisão importante e o comentário geral era de que não daria certo ou as pessoas simplesmente ignoraram a ordem. Uma das evidências de que há falta de compromisso é com frequência voltarem a discutir decisões que já foram tomadas antes. Significa que não houve consenso ou que as pessoas não compreenderam o porquê. Por isso, como líder, é importante envolver o time no processo de forma a haver clareza e adesão ao que foi acordado, explicando o contexto das tomadas de decisão. Se há um ambiente de confiança, mesmo se o caminho seguido foi divergente da opinião de alguns, os membros se comprometerão e farão o máximo por conta do grupo, porque compreendem que o contexto é bom para a instituição.
Sugestão: Tente explicar para o time o que você vê. Isso não é dar mais explicação do que o necessário, mas se posicionar. Se você não sentir que eles compreenderam ou não puder explicar detalhes, peça que confiem em você e que as decisões foram profundamente ponderadas com o grupo.
4 – Fuga da Responsabilidade
Sentir que pertence a um grupo é fundamental. Se o sentimento de pertencimento não está presente, um dos efeitos colaterais é que os funcionários não se sentirão responsáveis pelas entregas e muito menos com as entregas dos demais membros da equipe. Você corre o risco de ter funcionários trabalhando para o seu umbigo e não para o Cartório. Nesta etapa, é comum surgirem desculpas frequentes para o não cumprimento das regras. Dependendo do grau da situação é possível que um integrante afirme não ter conseguido realizar a sua função por conta do que outro deixou de fazer. Comentários paralelos, conhecidos como fofocas, surgem aos montes quando este quadro se instala e isso compromete o valor de toda a equipe. Sugestão: gerar confiança continua sendo um pilar. Conheça os processos. Converse com os líderes. DE tempos em tempos, faça reuniões para ouvir pequenos grupos sobre o que funciona bem e o que não é legal nos processos de trabalho do cartório. Ouvir a equipe vai te tornar um especialista na realidade do seu cartório. Além disso, vai garantir que você tenha clareza dos papéis e responsabilidades de cada funcionário.
5 – Falta de Foco nos Resultados
Outros temas podem tirar o foco do resultado da equipe. Interesses pessoais, de carreira, financeiros podem ser alguns deles. É importante que “todos estejam no mesmo barco”.
Pense na sua equipe em um barco com a missão de cruzar um rio com uma correnteza forte. Vale mais ter funcionários menos experientes, mas motivados e remando forte na mesma direção? Ou você prefere contar com profissionais com muitos anos de experiência técnica e altamente capacitados, mas remando no sentido contrário? Lembre-se que experiência a gente desenvolve, caráter não tem solução.
Uma equipe de alta performance sempre mira em se superar e atingir seus objetivos conjuntamente e não pode ser contaminada com profissionais que não queiram contribuir e compartilhar seu conhecimento. Em uma travessia de barco, um membro apoia o outro ao longo da jornada. E você, líder, tem papel importante de estabelecer o ritmo, incentivar a colaboração produtiva e indicar os atalhos e conexões que permitam que isto aconteça, mantendo acessa a motivação de quem é inexperiente e assegurando que os mais antigos transmitam conhecimento para os novos no padrão que você espera para a instituição. Sugestão: fique atento ao que acontece após alinhar expectativas ou cobrar resultados. Acompanhe os novos funcionários em sua jornada de integração e acompanhe principalmente os mais antigos para que eles transbordem o seu conhecimento sem bloqueios de ego ou insatisfações. Se houver algum desconforto ou perda de performance reúna o grupo para aquelas conversas terapêuticas que já indicamos.
Lembre-se um programa de treinamento e desenvolvimento de profissionais de cartório como a Cartórioflix pode ser uma excelente solução para manter a sua equipe com o conhecimento, habilidades e atitudes adequadas.
Conclusão
Os 5 desafios do Trabalho em Equipe não são independentes entre si. Ao contrário, eles estão relacionados e, no geral, surgem ao mesmo tempo em dois ou mais.
Gestores precisam em primeiro lugar atentar se o ambiente que existe é o ideal para que floresça uma cultura de confiança e segurança entre as pessoas. Este é o pilar fundamental. Sem ele, nada feito.
O exemplo da(o) líder entra como o elemento que dará liga a todo o resto. Um(a) gestor(a) reativo(a) a opiniões diferentes e que absolutamente não tolera o erro fará com que todos fiquem na defensiva. E, com isto, morre a criatividade.
Portanto, é importante estar em alerta para capturar os sinais ao longo da jornada e que podem indicar que a conexão entre o time não é suficiente. Tomar consciência dos principais desafios do Trabalho em Equipe é um grande passo para ter sucesso, concorda?
Espero que este artigo possa colaborar com a sua trilha seja como líder ou participante de uma equipe. Caso tenha feito sentido para você, compartilhe com mais profissionais para quem possa somar.