Como tabelião e gestor de uma organização com mais ou menos 60 funcionários, todos os dias, aprendo muito sobre comportamento das pessoas. Ouso dizer que já entendo o que faz um profissional se destacar e o que faz um profissional ficar a vida inteira no mesmo cargo e sem entender porque só ele não recebe a promoção. Aprendi que nossas crenças e costumes influenciam em nosso estado físico, emocional e, automaticamente, impactam em nosso comportamento e na imagem que as pessoas tem da gente. E é essa imagem, a sua marca, que define se você terá oportunidades ou dificuldades nos seus relacionamentos pessoais e profissionais.
Preste atenção nas suas atitudes e pensamentos. Você costuma ter pena de si mesmo? Vive acreditando que você é “azarado”. Você não tem o corpo que queria ter, não ganha tanto quanto gostaria, seu chefe só promove os outros e tudo ao seu redor parece motivo para que você se sinta preterido pela vida?
Quero dizer que ter pena de si mesmo, ou viver almejando uma vida que não é a sua, é a melhor forma de ganhar um salário baixo, de não ser escolhido para o cargo desejado e levar uma vida cinzenta e preocupada. Viver se lamentando (mesmo que só no pensamento) sobre o quanto gostaria que as coisas fossem diferentes é a melhor forma de não promover nenhuma mudança. Reavalie seus pensamentos, suas crenças e valores e seja grato pelas coisas legais que acontecem na sua vida todos os dias. Pessoas que fazem sucesso de verdade, em geral, valorizam as mínimas coisas e olham para aquilo que ainda não está bem, como um bom motivo para seguir vivendo e se desenvolvendo.
Havia no meu Tabelionato uma moça muito eficiente, com mais de dez anos de trabalho. Ela se destacava na agilidade do atendimento. Se destacava na presteza com os clientes. Era a melhor para ensinar os funcionários novos, pois tinha didática. Ela estava sempre entre os primeiros da lista de interessados nas capacitações oferecidas. Tinha pensamento lógico para desdobrar algum assunto diferente do atendimento. Quando me procurava para esclarecer uma dúvida, vinha sempre com o caso estudado e três opções, para que eu avaliasse a melhor alternativa. Não tinha preguiça de pensar e isso é ouro. Ela tinha tudo para crescer profissionalmente, mas estava há três anos sem uma promoção, estagnada no teto do seu cargo, só pelo dissídio.
Ora, mas porquê? Porque ela não fazia de coração, ela era uma usina de pensamentos negativos.
Quando ela recebia um elogio, sempre respondia ressaltando algum ponto negativo sobre ela mesma, só para se desqualificar. Ela não aceitava, simplesmente não ouvia. E quando alguém recebia um elogio, ela se corroía por dentro. Tinha ciúmes. Tinha rancor. Tinha mágoa e compartilhava suas críticas e seu azar com todo mundo que sentava ao seu lado.
O que ela não percebia é que reclamar o tempo todo a tornava uma chata, uma vítima dela mesma. Ela aguardava uma promoção, mas não agarrava as oportunidades que chegavam para ela. Ela estava focada nos coisas ruins da vida e nem via quando algo bom se aproximava. Ela não se aprovava, não se permitia viver boas coisas.
Era eficiente. Mas qual era a imagem que ela passava para todos? Uma ranzinza, uma vítima que só reclamava e que só estava ali ainda por ser ágil e atender muito bem – o que era incoerente.
O que aquela moça não via é que ela tinha tudo, menos amor pelas coisas ou por ela própria. Ela fazia tudo o que o manual dizia, só não estava ali com a alma. O que ela não via é que todos percebiam a sua energia de vítima, sua amargura e a dureza que ela tinha consigo mesma. Essa era a sua marca, o que ela mostrava para todo mundo, embora tentasse esconder atrás de uma pessoa disciplinada.
Quanto tempo, saúde e oportunidades ela perdeu até que tudo isso fizesse sentido para ela. E você? Que marca você tem? Está fazendo a sua parte pela vida que você acredita que merece? Chega de se sabotar. Acorde pela manhã, ponha um sorriso no rosto, abrace-se e entregue-se para a vida com foco e amorosidade.